Sanobonani novamente, minha gente!
Se estiverem lembrados, a primeira parte da minha estadia sul-africana foi passada com o meu mano padre Carlos; agora, a partir de hoje e até 2a feira de manha, estarei “nas mãos” do padre Zé Martins. Assim, de manha deixamos Damesfontein e vimos para onde me encontro agora, na zona de Madadeine, onde temos varias paróquias e pequenas capelanias. Pelo caminho, paramos num bairro-de-lata na zona de Piet Retief (sempre em zona zulu) onde o Zé trabalhou faz uns 14 anos. Ele esteve aqui no início dos anos 80, durante quase 10 anos, se não erro – ele disse-me, mas como na verdade estou actualizando este blog vários dias depois, não me lembro exactamente- ; depois de vários anos trabalhando em Portugal, regressou aqui faz cerca de ano e meio. Fomos ao local onde há ainda uma pequena capela (mas está fora de uso, creio) e... batendo ele numa porta da casa ao lado desta, abriram-lhe! Quem era? Uma senhora que ele bem conhece da altura em que cá esteve: foi emocionante o encontro dele com uma senhora, Mrs Mkambule, e um dos seus filhos apos tantos anos. Aqui estao eles na foto:
Quase que me derreti ao ver semelhante cena, até porque as lágrimas de emocao e alegria da senhora eram quase contagiosas (sim, embora eu seja fisicamente uma “besta”, emociono-me facilmente! Eheheh). Seguimos então caminho, chegando à paroquia de Regina Coeli para o almoço. Nesta foto esta´ um contentor que funciona como posto de telefone... Curioso, verdade?
Nesta comunidade, para além do Zé, estão 2 nossos padres africanos: o Keniano Joseph Mang’ongo e o ugandês Anthony Kazibueni. O primeiro não me era estranho, pois encontrei-o em Janeiro passado no Kenya: ele estava de ferias. O segundo encontrei-o quando estava em Londres, por isso à bem mais tempo. Apòs a cavaqueira habitual dos primeiros encontros, comemos algo e fomos depois visitar um infantário ali ao lado da residência dos meus manos; como em todos os países, também aqui as crianças são lindas de morrer. De facto, fartei-me de “carregar no gatilho” da minha pequena Fuji, visitando as varias classes. Nao coloco aqui as fotos que fiz, pois quero fazer depois um ESPECIAL CRIANCAS neste blog, seja com estas africanas que depois com as brasileiras. Bom, saímos depois para 3 missas: todas elas em diferentes casas e por diferentes intencoes. A primeira era na casa de uma velhota que tinha falecido uma semana antes: como o Zé não estava ali na altura, fez-se a missa uma semana depois. De acordo com a tradicao, a missa foi na casa dela, ou seja, onde dormia: uma pequeno quarto, sem eletricidade. As pessoas eram poucas, mas cantavam muito bem e o ambiente era muito familiar. Aqui esta´ o Ze´ no momento da consagracao...
No final, sempre de acordo com a tradicao, foi servido um refresco com biscoitos caseiros; tudo muito simples, mas com muita dignidade, decor e boa apresentacao. Lembro-me também que a ultima cancao que eles cantaram era a preferida da falecida... o que é também uma tradicao que ainda é observada. Eis algumas das senhoras que participaram nesta missa.
A segunda foi numa casa ainda mais pobre, mas com eletricidade e com mais gente... e com o caixão ao lado. Ou seja, a senhora, também de idade, tinha falecido no dia anterior. Estas sao algumas das pessoas que estiveram presentes nesta segunda missa.
Nesta não houve tempo para estar com as pessoas “batendo um papo” (é, estou começando a praticar o meu brasileiro! Ahahahahah), pois estávamos ligeiramente atrasados para a 3ª missa. Esta foi numa casa muito diferente, mais moderna, com mobilia varia e ao estilo europeu. Eis a sala onde se celebrou esta terceira missa...
Esta missa era a da “remocao da pedra”, uma tradicao habitual celebrada um ano apos a morte do falecido. No dia seguinte, a família vai ao cemitério, faz um rito qualquer e, de certa forma, o morto pode finalmente descansar em paz.
Claro, em todas as missas eu estava sempre a fotografar, assim que terminei o dia arrebentado, pois a manha tinha sido passada em viagem. Não foi fácil adormecer, pois fora fazia um ventanal do caraças!!! Parecia que ia levar tudo pelos ares, mas não aconteceu nada. Termino com esta foto feita nesta terceira missa, a qual adoro imenso, pois diz muito sobre a pessoa: o quanto a vida e´ dura e fascinante ao mesmo tempo, o quanto o ser humano e´ a
Bom, gente, vou para o “vale dos lencois”!
Amigao, bem hajas...
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