Sunday, October 15, 2006

Nas vesperas da viagem `a Tailandia...

Yokkok, 15 Outubro

Anyong, pessoal!
Pois é, nem imaginais o quanto ando feliz da vida. Claro, parte da felicidade pessoal é o facto de se amar o que se faz e, no meu caso, posso dizer-vos que amo imenso esta missão que o nosso Amigão me tem proporcionado. Trabalho não me tem faltado, mas também não tem faltado nem vontade nem inspiração para o fazer. Neste campo da inspiração, o nosso Amigão tem sido particularmente fenomenal para comigo, pois terminei de escrever o livrito de meditações diárias para a Quaresma. Sim, são 40 meditações, 40 orações e 40 perguntas para reflexão. Este é um trabalho que tenho feito sem recorrer a livros ou outro tipo de ajuda há já alguns anos. E como todos os anos as leituras são praticamente as mesmas, não é um trabalho fácil. Mas socorro-me sobretudo da minha experiência pastoral, bem como das amizades que vou fazendo por cá, através das quais tenho a possibilidade de conhecer mais e melhor o coração e a mente desta gente; claro, não sou um especialista, nem de longe, mas creio que conheço relativamente bem a experiência de vida e de fé para as ajudar a reflectir sobre o Mistério Pascal (paixão, morte e ressurreição de Cristo). Não é um motivo de orgulho, mas sim um impulso para continuar a dar o meu melhor o facto de várias pessoas me terem dito o quanto apreciam o mesmo.
Bom, assim que estando o livrito escrito, em Novembro será traduzido, em Dezembro publicado e em Janeiro começarei a vendê-lo; mas dado que irei ao Quénia, o outro tuga encarregar-se-á de os vender durante a minha ausência. Com ele, padre Pedro, fui visitar no passado dia 11 o nosso embaixador, o qual cessará funções aqui na Coreia a meio do mês que vem. Por mais impossível que pareça, este ano só o conseguimos encontrar uma vez. Seja ele que nós estamos bastante ocupados e, como tal, não deu para conciliar datas. Nem mesmo no dia de Portugal pudemos estar presentes, pois quando nos preparávamos para ir para Seúl, caiu de repente uma chuva torrencial, um autêntico dilúvio de proporções bíblicas e, como tal, não deu par ir. Enfim, a verdade é que é um homem impecável e muito dado aos missionários, pois sabe que somos os que mais e melhor conhecem uma cultura. Bom, espero que o próximo seja acessível, pois o anterior jamais se interessou por nós. É pena que, sendo os tugas presentes aqui na Coreia menos de 20, nunca se faça nada para os juntar! Esta é uma das razões porque adoro fazer a missa com os brazucas uma vez por mês, pois assim mato saudades da nossa língua. E embora a feijoada tuga seja melhor, a brasileira não fica muito atrás… eheheheh
Bom, preparei também o nosso calendário missionário, o qual será baseado nas orações missionárias do Papa para o ano de 2007. No próximo mês terei 2 fins-de-semana missionário, incluindo na paróquia de um ex-pároco meu, o qual encontro de vez em quando para um tachito e um cinema; dado que vai sair da actual paróquia, pedi-lhe para o fazer lá. Encontrei-o ontem, juntamente com uma senhora da paróquia onde eu e ele trabalhámos juntos por 2 ano, a qual foi a minha primeira experiência para praticar a língua. Encontrei também a semana uma senhora amiga de longa data, a qual fez uma peregrinação à Europa (percorreu vários países, 5 ou 6, em 12 dias: loucura a que os coreanos estão habituados!); trouxe-me 4 caixas pequenas de chocolates belgas deliciosos. Parecem mousse de chocolate em versão … como se diz… ai o meu português!!! Em versão de cubinhos, sei lá… O que sei é que são uma delícia!!! Alguns coloquei ao dispor e prazer dos meus manos, outros vou consumindo aos poucos por minha conta. Sim, de vez em quando a missão precisa de ser adocicada…
A primeira foto que coloco hoje foram tiradas uma com freirinhas que costumo visitar uma vez por mês para lhes fazer o retiro (uma meditação de quasde uma hora, em coreano, claro); vieram visitá-las a madre geral (a "velhinha" do meio) e a vice, a qual trabalhou na Coreia durante vários anos e a quem trato por “tia” (e' a primeira da esquerda). Sim, é mais uma tia… e uma das poucas freiras por quem tenho muita consideração e afecto. É que, caso não saibais, com freiras não vou lá muito, pois a maioria são ultra-conservadoras e “complicadas”. Mas com as que me dou bem, dou-me bastante bem.
A segunda é a de uma das criancas da creche que as irmas tem na casa delas. Esta' muito fofa, nao esta'? Esta e' uma das minhas criancas preferidas... Quanto `as foto da flores, encontrei-aa na nossa casa do centro de diálogo inter-religioso e arredores, onde fazemos o nosso retiro mensal. Sim, adoro fotografar flores, pois são para mim uma das expressões mais concretas e maravilhosas que Deus usa para nos mostrar a Sua beleza. Mas adoro mais as criancas, pois claro, pois sao, no meu ver, A EXPRESSAO MAXIMA DA BELEZ E AMOR DE DEUS PARA CONNOSCO!
Bom, amanhã irei visitar, com alguns manos meus, um templo budista bastante bonito; estive lá há uns meses atrás e gostei imenso, tanto que o propus como motivo para o nosso passeio de amanhã. Fazemo-lo sempre que um mês tem 5 segundas-feiras. Na 3a feira irei comprar algumas prendas coreanas para oferecer aos missionários italianos que me darão hospedagem aquando da minha estadia em Bangkok, bem como a um brasileiro que me encontrou estadia no centro diocesano de Chiang Mai, a cidade onde terá lugar o congresso missionário asiático e que visitarei por 2 dias após o mesmo. Visitarei também uma freirinha que é quase metade de mim, mas de uma simpatia extrema: conheci-a na comunidade do noviciado da congregação dela, quando eu vivia em Okil-tong (na nossa comunidade do diálogo inter-religioso: estive lá uns 3 anos, até setembro do ano passado). Das várias que conheci ficou a amizade dela e a de uma sua superiora, a qual faz mais de um ano que não encontro, pois vive e trabalha no sudoeste da Coreia.
E na 4ª feira, se Deus quiser, partirei para a Tailândia às 9.30h da manhã; não sei quantos coreanos irão participar, mas são cerca de 20 ou quase. Uma senhora que traduz parte da nossa revista também participará, pois faz tradução; é membro dos Focolarinos, um movimento católico que tem como carisma a unidade. O brasileiro que encontrarei em Chiang Mai também é da “seita” (sim, trato-os por “seita”, mas não de forma depreciativa: é só para o gozo, pois 2 colegas meus são membros do movimento e, como acho que não deveriam sê-lo, gozo-os e chamo-os de sectários… Enfim, é uma história longa!).
Mas estou mais contente porque um dos meus colegas que trabalha na Mongólia, padre Giorgio, também irá participar no congresso, como membro da delegação daquele país. Será uma alegria enorme revê-lo, pois passámos uns dias inesquecíveis na Mongólia, como já vos disse.
Bom, vou ficar por aqui, pois é tarde e já falei demais…
Mais uma vez, espero que estejais bem.
Permanecemos unidos na amizade e na oração
Vosso mano

Álvaro

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