Tuesday, June 12, 2007

Peregrinacao em terras espanholas e "arredores" 2

Yokkok, 9 Junho 07

Anyong novamente, gente!
Bom, hoje é sábado e tenho pela frente um dia calmo; estou já descarregando para o meu computador as fotos que fiz na peregrinação. Agora que estamos na era digital, podia fazer fotos até dizer “chega”! E foi isso mesmo que fiz! Cerca de 2000!!! Aquilo é que foi “disparar”! Tanto que fiquei com o pulso doendo ainda mais, já que ele ia já meio dorido no início da peregrinação; mas já estou recuperando. Esta tarde irei a casa de uma das minhas amigas coreanas, uma senhora 100% pura simpatia e com quem fiz a missa por 8 meses em capelanias localizadas em duas pequenas ilhas, vai já para 6 ou 7 anos!!! Ficou uma amizade muito especial e duradoura; assim, hoje a filha dela irá dar um pequeno concerto para familiares e amigos no jardim da casa e estou também convidado. O filho dela estuda para ser chefe de cozinha, enquanto que o marido trabalha numa empresa estatal ligada à energia.
Voltando então à chegada a Portugal: estando já em território nacional, parámos na estação de serviço de Abrantes e logo lá matei as saudades dos pastéis de nata: como tinha comentado com a nossa guia coreana, numa conversa de café em Ávila, que os ditos cujos eram os meus preferidos, ela prontamente me ofereceu um (claro, o 2o paguei-o eu!). A chegada a Fátima ocorreu cerca das 7.20h da tarde: estávamos muito cansados, mas mais felizes ainda, pois a viagem tinha sido estupenda. Era bom voltar a casa, mas ao mesmo tempo tive a sensação que sempre tenho nos primeiros dias de férias em Portugal: parece que estou num outro mundo! Mas, aos poucos, os rostos, comidas, cheiros e ambientes tornam-se familiares! É uma sensação estranha e fantástica, ao mesmo tempo. O primeiro missionário que nos saúda é também o primeiro da Consolata português: o nosso caríssimo padre Carreira, ainda muito activo na nossa revista Fátima Missionária, entre outras actividades. É um exemplo espectacular de vivacidade e juventude de espírito; tem sempre histórias para contar e espero que se resolva a escrever as suas memórias, senão perder-se-á muita riqueza, sobretudo ligada ao nosso Instituto em Portugal. A janta, naturalmente, trouxe-me mais recordações, mas as maiores e melhores foras as que revivi… quando cheguei a minha casa, cansado mas imensamente feliz! Sim, após a janta e umas conversas, parti de carro emprestado para a minha terra Lordelo. Cheguei a casa já depois da meia-noite e mia, mas estive ainda na conversa com os meus por uma boa hora. Adormeci “roto” e louvando Deus por esse dom tão especial que me concedeu: poder reencontrar os meus bem, por quanto seja possível. E os meus sobrinhos??? Estão enormes, saudáveis e lindíssimos; sim, sou um tio muito babado. Podereis constatar pela foto deles que não estou exagerando!
Bem, o dia seguinte foi como que uma mini-reprodução do que costumam ser os 3 meses de férias na terra: visitas atrás de visitas.

Com meus pais e sobrinho Angelo (miei genitori e nipote)

Mais do que contar como tenho andado, passo a maior parte ouvindo familiares e amigos que me contam as suas histórias, algumas delas bastante dramáticas. Tento ser e dar consolação e, como tal, acabo sempre por desistir de programar as visitas, pois em certos casos tenho de dar mais tempo que o previsto, pois as pessoas estão em primeiro lugar. Certo que acabo depois por andar a correr, mas ao menos tento estar presente, sabendo que por pouco que seja para elas o simples recordá-las é já muito. E assim esqueço-me do cansaço, do sono, de mim para me dar o mais possível. Passei a manhã visitando familiares;

Em minha casa, tambem com minha irma (anche con mia sorella)

almocei em casa, enquanto que a janta foi em casa dos meus avós maternos. Não descansei um minuto, mas também não precisava, pois teria tempo de sobra para o fazer na viagem de regresso à Coreia.

Com meus avos maternos (nonni materni)

Fui também a casa do meu mano, claro, embora chegasse uma hora depois do previsto: como consequência, tivemos de acordar os meus sobrinhos, o que não foi fácil. Mas, uma vez acordado, foi impecável, tanto que não queriam dormir novamente.

Com meu irmao e sua familia (mio fratello e cognata e nipoti)

Ainda bem que para o ano que vem irei de ferias, pois foi duro ter de os deixar, bem como aos meus pais e restantes familiares e amigos. Fiz várias fotos, claro, de modo a poder matar as saudades com o passar do tempo; certo, a minha terra agora é a Coreia, mas a nossa terra natal nunca sai da mente e do coração, como é óbvio.

Com minha sobrinha e afilhada (con mia nipote)

Acabei o dia na casa de uma família amiga: pena ser já muito tarde e não ter dado para mais. Mas foi muito bom, muito bom mesmo! Passava já da 1.30h da manhã quando me meti à estrada rumo a Fátima. Ora bem, um conselho: não aconselho ninguém a fazer o que fiz, pois ia com uma carga de sono monumental; a meio caminho, parei para esticar o pernil, lavar-me e refrescar-me, pois estava de rastos; graças ao Espírito Santo e à ausência de tráfico, cheguei são e salvo a Fátima, batiam as 4h! Admito que arrisquei um pouco, mas ia também consciente do que fazia, pois a segurança nunca é de descurar!
Prometo-vos não repetir a dose!
Após 5 horas de sono profundo, um café bem forte ajudou-me a recuperar a consciência, a qual era bem necessária para a missa de encerramento da viagem, pois no sábado não era possível fazê-la e a de domingo seria já na Coreia. Como em todas as missas desta peregrinação, o ambiente foi muito familiar, sobretudo no momento da paz; este foi antecipado para o momento inicial da reconciliação, de modo a sarar uma pequenas feridas resultantes de um ou outro pequeno desentendimento entre algumas pessoas. Como estas eram quase insignificantes, foi um momento de troca de paz e amizade sinceras! Antes da oração final, cada representante dos pequenos grupos exprimiu o parecer dos mesmos: a avaliação global foi extremamente positiva! Bem hajas, Amigão!
Após a missa, houve tempo para visitar o nosso museu etnológico e missionário, bem como mais compras. Lisboa foi o rumo da tarde; começamos pela Baixa, indo depois para os Jerónimos; pena não ter dado para visitar o claustro, meu “prato preferido” do mosteiro; no fim, a Torre de Belém, com um significado muito especial, pois foi dali que partiram os nossos missionários para vários pontos do globo… Ásia incluída! À noite, janta num chinês e ida para o Praia Mar, em Carcavelos.
Sábado 2 foi dia de regresso a casa: após uma longa viagem, celebrámos a última missa, no aeroporto, antes de cada um regressar aos seus e, acredito, contar as maravilhas que Deus operou em cada um deles nestas duas semanas inesquecíveis! Foi isto precisamente que fiz… mas só após ter dormido 5 horas, pois estava exausto! Certo, esta exaustão era parte do meu louvor, pois significava que tinha corrido tudo bem.
Assim que, de regresso a “casa”, o trabalho da revista esperava ser completado: eis como passei esta minha semana, mas com um intervalo pelo meio, encontrando duas senhoras que certamente irão a Portugal no ano que vem. Fui ver um filme coreano com elas, bastante bom e dramático, filme pelo qual a actriz principal venceu o prémio de melhor no ramo dela no Festival de Cannes deste ano! Amanhã farei a missa com um pequeno grupo de brazucas: é a nossa missa mensal, um momento de encontro, partilha e amizade muito bom e que os ajuda, tal como a mim, a confrontar a vida com Deus e a colocar tudo na perspectiva do plano e amor de Deus para connosco. Certo, para mim esta missa tem um “sabor” muito especial, pois é feita na nossa língua.
E fico por aqui, senão acabareis por adormecer! Prometo não demorar muito com o próximo relato. Ficai bem e que o nosso Amigão vos proteja sempre.

Ai miei amici italini scrivero` qualche riga nel messaggio di domani.
Unidos na amizade
Vosso amigo e mano tugacoreano

1 comment:

Vittorio Camoriano said...

Ola Alvaro, ho visto le bellissime foto e sono contento che tu abbia potuto salutare i tuoi parenti durante questo viaggio.
Saluti da tutti noi di Tronzano e Crova.
Vittorio.