Wednesday, July 25, 2007

From Mocambique with love e saudades...

Moçambique, 23 julho 07

Olá, minha gente! Pois é, mais um outro sonho que se torna realidade; é tipo “paga um, leva dois”. Sim, quando vi que o percurso mais barato para chegar ao Brasil seria pela África do Sul, perguntei ao meu mano Zé Martins se seria possível dar um salto a Maputo, dado “ser ali ao lado”. Respondendo ele que sim, acalentei então essa possibilidade, a qual se tornou realidade... e por 2 dias inteiros! Pois é, cá estou eu em Moçambique! Assim, conheço não só parte da África do Sul, como a capital de Moçambique. Mas é o facto de reencontrar velhos amigos o que mais valorizo, bem como conhecer o que eles fazem por cá. Certo, conhecer mais um país é óptimo, De facto, irei entrevistar dois deles para a nossa revista, juntando assim o “útil ao agradável”. A grande surpresa de hoje foi estarem cá em Maputo dois colegas meus que não via faz anos, sobretudo o Magalhães, o qual conheço desde os 11 anos!
Do início: de manha, o Zé Martins chegou cedo a Damesfontein, podendo nós assim partir antes do meio dia para Moçambique.

Ca estamos prontos a sair rumo a Mocambique. O espaco do meio e' o meu...

Quando regressar aqui, irei então com o Zé conhecer a missão onde trabalha, perto da cidade de Newcastle. Certo, adoraria poder conhecer mais este país, bem como Moçambique, mas estes dias são já uma “prenda” muito boa do nosso Amigao. Ainda por cima porque não estava nada à espera de poder ir a Moçambique! Bom, a viagem para cá passava por um outro país, a Swazilândia, um pequeno reino independente, muito pobre e “usado” pela África do Sul, sobretudo para fins comerciais e enriquecimento.


Mapa da Swazilandia e ponto onde iniciaomos a atrevssia desta nacao


O rei desta pequena nação é famoso por, segundo a tradição, escolher uma mulher ou esposa cada ano, com cerca de 19 anos. Há algumas com quem não pode ter relações sexuais; assim, lá vai abusando deste poder de forma descarada. De facto, parece que é milionário, enquanto que o “Zé Povinho” vive na desgraça. É um país bonito, mas muito pobre e sem grandes ou nenhuns recursos. Parámos num supermercado para comprar umas coisitas para o tacho; parámos depois numa berma, debaixo da árvore, para “devorar” pão e frango “churrascado”, regados com sumos.


Estamos a preparar o ataque ao frango...


A fronteira com Moçambique aproximava-se e já me imaginava chegando a Maputo. Só que... estava tudo a correr (desde que saí da Coreia até agora) tão bem tão bem que... o nosso Amigao “decidiu” mudar de ideias. Assim, chegando à fronteira, os tipos embirraram com o Carlos Matias porque o carro, que é propriedade da diocese de Dundee, não tinha o papel que autoriza que o mesmo seja levado para fora do país. Assim que após termos tudo pronto e carimbado para passarmos a fronteira... tivemos de voltar para trás e andar “desesperadamente” à procura de um fax: deveríamos pedir a dita autorização à diocese. Só que, para cúmulo, era feriado no reino da Swazilândia, assim que estava quase tudo fechado e... nada de fax! Assim, dado que as horas passavam e o sol começava a preparar-se para ir acordar os do outro lado do planeta, decidimos tentar passar a fronteira directa entre a África dó Sul e Moçambique. Assim, a toda a velocidade lá fizemos mais quase 100km para chegar a Nkomati Port, ou seja, ao posto fronteiriço. Chegamos lá por volta das 7h da tarde, mas caso não houvesse havido o contratempo, poderíamos ter chegado a Maputo pelas 4h e pouco.


Valeu-nos, para relaxar, rir muito 'a custa de tabuletas como estas... Ate' os bois precisam de estar alertas com a sida!!!


Mas a esperança estava ainda bem viva e, como tal, sabíamos que o nosso Amigao iria estar sempre do nosso lado. Deixamos entao a Swazilandia e voltamos a entrar na Africa do Sul.E assim foi: os papéis para o carro foram conseguidos sem problema e o visto de entrada não demorou a ser obtido. Assim que lá entramos em Moçambique, cansados mas felizes da vida. A noite encobria-nos, mas estávamos já no outro lado da fronteira, por isso não faltava muito para chegarmos à nossa casa regional, pois a fronteira esta a cerca de 90 e tal km. Qual foi então o meu espanto ao ver duas caras muito conhecidas e, mais ainda, inesperadas quando chegamos cá à casa regional: o Magalhães, que mencionei em cima, e o Simão Pedro. O primeiro é de Ermesinde (norte de Portugal) e o Simão da Trofa; o irmão mais velho dele foi colega meu e do Magalhães no seminário de Ermesinde, que foi o primeiro que frequentei. Assim que podeis imaginar a minha alegria. Quanto aos outros colegas padres, estava já a contar revê-los, mas mesmo assim senti também muita alegria, pois fazia anos que não os via.
Ora, tendo nós chegado tarde, o Carlos Alberto tinha ido comprar umas pizzas; ficaram todos admirados por eu não ter comido a minha toda. Eheheheh Mas a razão é simples: fiz toda a viagem sentado torto, porque a carrinha em que viemos é de caixa fechada e... no lugar de 2 vínhamos 3. Dado que o Zé tem problemas de coluna, tocou-me a mim ir no meio, ou seja, “ensanduichado” entre os dois, ainda por cima com a alavanca da caixa das velocidades a roçar a perna; esta ficou paralisada varias vezes, adormecendo a cada hora. Mas valeu a pena aguentar o sacrifício, pois assim vínhamos sempre na conversa, contando também aventuras de tempos passados. Assim, estando cansado não deu para comer muito; eu queria era mesmo descansar e esticar o pernil! Depois da janta, a conversa foi longa, como não podia deixar de ser; estávamos vários missionários tugas, recordando bons e velhos tempos. Enquanto falávamos, eu olhava para cada um deles e agradecia o nosso Amigao pelo dom de cada um, pelo que vivemos juntos no seminário em tempos idos e por estarmos agoira novamente juntos, após tantos anos. Foi esta a minha oração de fim de dia, um dia que começou meio incógnito, com muitos kms feitos por 3 países, com alguma preocupação pelo meio, mas sempre vivida com espírito de aventura; afinal, estava com 2 tugas experientes de África e com o nosso Amigao sempre a meu lado.
Estou em Moçambique, malta. A Coreia parece estar tão longe... e está longe, na verdade. Porém, bate uma saudade de vez em quando, pois afinal a Coreia é a minha “terra”. Mas estou a adorar ao máximo esta experiência memorável, pois tem sido, como outras no passado, uma experiência muito positiva e enriquecedora. Amigao, bem hajas pelo teu amor e presença na minha vida através destes meus manos e destes países e experiências que me tens proporcionado.
Malta... ficai bem e que Ele vos abençoe, sempre.
Vosso ...

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