Thursday, August 02, 2007

E... mais uma aventura aproxima-se do fim!

Pretoria, 29 julho 07

Sanibonani, gente!
Eis-me na véspera da minha partida para mais um continente e um pais! E que modo ESPECTACULAR de fechar esta minha breve visita africana. Foi, de facto, um “fechar com chave de ouro” esta semana que por cá passei. Do inicio: saímos de casa, eu e o Zé, às 6h da manha!!! A razão é simples: a primeira missa foi às 7h, mas o “pior” (sim, porque detesto acordar de madrugada, mas quando é por uma boa causa, vale a pena o sacrifício!) foi o briol que fazia!!! Nunca pensei que a África tivesse temperaturas tão baixas. Estavam presentes não muitas, mas bastantes pessoas, desde idosas (a maioria) a miuditos, vários dos quais apanharam boleia nossa à ida e no regresso. O Zé apanha-os pelo caminho e tal é também costume em outras circunstancias, pois a maior parte da gente não tem carro e os autocarros são muito poucos; o sistema de transporte mais corrente é o das carrinhas de 9 ou 11 lugares (que no Kenya se chamam Matatus); estas são conduzidas a altas velocidades e quase sempre vão carregadas de gente. Mas não creio que aqui hajam tantos acidentes como no Kenya... Bom, adorei a missa, sobretudo pelos cânticos, mas esta não se comparava com a missa das 10h. Nesta primeira missa, houve uma cerimonia muito interessante: algumas adolescentes receberam a medalha com que iniciaram mais um passo no grupo de Santa Ana (uma especie de Legiao de Maria: consiste num grupo de senhoras da paroquia, as quais de juntam semanalmente para rezarem, etc. Este e´ muito comu8m na Coreia tambem); elas estavam vestidas de talk forma que pareciam noivas, como podeis ver pela foto. A foto que se segue e´ do momento do ofertorio. Nesta esta´ o Zé com elas, rezando o Pai Nosso. Terminda a amissa, o Zé levou, como habitualmente, várias pessoas na carrinha, deixando-as pelo caminho, perto de suas casas. Bom, dali fomos entao para a igreja da paróquia, onde celebramos a missa principal. Ora, acontece que em vez de celebrar duas, o Zé decidiu juntar as duas comunidades numa só, pois haviam 2 convidados: eu e a freirinha. Nesta foto estamos ainda na sacristia, antes do inicio da missa.Haviam também bastantes jovens e muita gente, creio que quase 800 pessoas. Eu gostaria de ter tido mais tempo para visitar outras zonas do pais, mas uma das coisas que queria ver... o nosso Amigao ofereceu-me nesta missa: algumas senhoras estavam vestidas com trajes tradicionais zulu, que são simplesmente espectaculares (como podeis constatar pelas fotos). Logo no inicio da missa, uma destas senhoras ofereceu-me uma coroa, que tradicionalmente é oferecida ao chefe da tribo; o Zé celebrou a missa com outra, coisa que faz em dias de festa ou ocasiões especiais. No finlo da missa, eu e a freirinha fomos presenteados com um envelope contendo rands, a moeda local. Sim, mesmo sendo comunidades relativamente pobres, demonstraram generosidade e, acima de tudo, muito acolhimento. Mas o ponto alto da celebracao foram... os cânticos, muitos acompanhados por danças. ADOREI MEGA!!! Tanto que me juntei a eles numa dança de accao de graças. O ambiente era de festa, sentido original da missa; só que a nossa santa madre Igreja romana teima em ser retrógrada e formal, para alem de controladora. Quem me dera que as nossas missas fossem todas como esta em Osizweni. Foi impecável ao máximo; era lindo ver a alegria e emocao nos rostos e corpos de crianças, jovens, adultos e idosos que vibravam com a musica, acompanhando-a com danças que, à medida que a emocao crescia, se tornavam mais expressivas. Eram sobretudo as idosas as que mais se emocionavam com o canto: de facto, muitas delas começavam a dançar espontaneamente. Claro, não resisti e juntei-me aos jovens numa dança. Foi demais!!! Tal como lhes disse numa saudacao final, adorei as crianças da África do Sul e disse-lhes estar certo de que os membros dos coros celestes são zulu. Também lhes disse que gostei imenso de ver o quanto os nossos missionários amam este pais e as suas gentes, tal como estas gentes amam os nossos missionários. Nunca me imaginaria trabalhando neste contexto, pois estou de corpo e alma na Coreia, mas não descartaria, num futuro, trabalhar aqui. Quem sabe... Porem, meu sonho próximo é a América Latina, se bem que estou quase certo de que depois da Coreia irei para Portugal. A ver vamos... De momento, saboreio intensamente todas estas experiências que vivi nesta semana e gravo todas elas no meu coracao. Esta missa foi, de facto, um dos pontos altos desta semana. Agora entendo porque o Paul Simon veio cá gravar um disco há alguns anos atrás. Como dizia o outro, “vocês não sabem o que perderam”.
Bom, apos a missa almoçamos com membros dos dois conselhos paroquiais; ao contrario do que aconteceu no Kenya, em que algumas coisas não consegui comer, hoje comi tudo, pois tudo estava muito saboroso, seja o frango que a vaca e o arroz. Claro, a fome também ajudou ainda mais a saborear mais intensamente, mas estava tudo muito bom sim. Depois que todos se foram embora, o Zé fechou tudo e abalamos para Pretoria. Lamento imenso o facto de terem, Zé e nosso outros missionários, de andarem sempre com molhos e molhos de chaves, pois são roubados de vez em quando. Não entendo e ate me dá uma raiva o facto de haver pessoas que roubam os nosso missionários e as paroquias, os infantários e outras propriedades que são somente para ajudar este povo. Outra coisa que me surpreendeu pela negativa foi o facto de estar “tudo” abandonado ou sujo ou descuidado... Certo, os brancos foram uns “demónios”, mas também fizeram coisas boas; basta mencionar que as estradas são 5 estrelas. Certo, não o são nos bairros-de-lata mais pobres, mas mesmo assim o pais está muito bem servido de estradas em muito bom estado. Regressando a Pretoria pude precisamente confirmar, mais uma vez, este facto.
Bom, chegamos por volta das 8h da noite: esperava-nos uma janta deliciosa, à italiana... ou não fosso o superior dos nosso missionários um italiano. Estava também um colombiano que eu nunca tinha visto; aproveitei para ver as noticias em português e o mail.
E... pois é: tal como tudo na vida, também esta minha aventura africana está a chegar ao fim. Foi bom demais, muito bom mesmo!!! Jamais esquecerei o que aqui vivi e as pessoas que encontrei, sobretudo os meus manos de longa data e as crianças africanas. Bem hajas, Amigao, por este dom que me concedeste... Estou sem palavras, mas como a oracao nem sempre precisa delas, basta-me sorri quando Te penso e dizer-te, do fundo do meu coracao “Amo-te ,mega e obrigadao!” E agradeço também o nosso Amigao por esta oportunidade e possibilidade de partilhar com todos vós a minha vida e a missao que Ele me oferece e propõe todos os dias!!!
Bem hajam todos vocês...

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