Wednesday, January 17, 2007

Diario da minha primeira viagem `a Africa

Nairobi, 16 Janeiro 2007-01-16


Caros amigos:

Jambo a todos!!!
Eis que inicio esta minha primeira aventura africana, após quase 17 horas metido em dois aviões. Após deixar a Coreia, aterrei 5 horas e meia depois em Bangkok, na Tailandia. Entrei no avão da Kenya Airways e quase 10 horas depois abraçava o padre Tobias, actualmente o único tuga do meu Instituto que trabalha aqui no Kenya. Cheguei à nossa casa regional pouco depois das 6h da manhã; este é um complexio enorm,e, pois é constituído pela casa regional, uma escola para 100 e tal alunos (primária e secundária) e o santuário da Consolata, que funciona também como paróquia. Já me tinham dito que era grande, mas agora posso confirmar de que realmente o é. Dado que não consigo dormir sentado no avião, descansei um pouco antes do pequeno-almoço. Estranhamente, não me sentia muito cansado e, como tal, às 9h da manhã, após trocar dólares por shillings (moeda kenyana), fui conhecer o centro de Nairobi com um missionário keniano. Para lá, apanhámos boleia de um outro missionário da Consolata, mas ugandês e que trabalha no Uganda, o qual conheci quando cheguei a Londres em 1992 e que não via desde então. De facto, ele não será o único que encontrarei por cá após vários anos.
Deixou-nos na catedral católica de Nairobi, onde as irmãs Paulinas têm uma livraria. Assim, decidi preparar logo uma das prendas que me pediram lá na Coreia: um cd com música litúrgica tradicional. Comecei então a fotografar a catedral e arredores, mas não penso que farei tantas fotos como na Tailândia, até porque são 2 contextos muito diferentes: basta pensar que a Tailândia tem milhares de templos budistas... Visitei então as partes principais do centro, incluindo o Centro de Conferências Kenyatta (primeiro presidente do Kenya), o Parlamento, o pequeno parque com um monumento que recorda o atentado terrorista de 7 de Agosto 1998, no qual morreram cerca de 219 pessoas e outras partes mais, sempre a pé, pois é o método melhor para se conhecer, até porque o centro não é muito grande. Caminhámos por mais de 3 horas, mas o efeito só o senti à noite, claro. A parte que mais gostei mas que, infelizmente, não deu para visitar mais em detalhe foi um pequeno mercado com artefactos artesanais, provenientes de várias partes do Kenya. Um sujeito lá me convenceu a comprar umas coisitas, mas dado que aprendi na Coreia a não ter medo de regatear os preços, consegui não me deixar levar por ele. O meu colega kenyano simplesmente admirava a situação, sem intervir, mas deu para me defender... Pude começar a ter uma noção dos preços, tanto que agora sei que mudei muito dinheiro e que não o irei certamente gastar todo. Mas a ver vamos, pois afinal ainda estou no início e como sou amigo dos amigos, gosto sempre de levar um qualquer coisinha, por mais simples que seja...
Após o almoço, descansei um pouco e usei a net antes de sair às 5.30h da tarde para a missa com o padre Tobias; foi numa paróquia que está dependente do santuário nosso aqui. Foi em inglês, de modo que me apresentei às pessoas no início e as cumprimentei ao fim. Havia também uma irmã brasileira, a qual trabalha cá faz 11 anos.
À noite, antes de me retirar, telefonei a para minha casa através do Skype, programa que tenho também lá na Coreia (meu nome de usuário é tugacoreano) e a uma irmã (não freira) do meu colega Peter, também ele missionário na Coreia e kenyano. Assim, irei visitar os seus familiares esta 5ª feira à tardinha; vai ser ótimo, pois, obviamente, eles são como família para mim.

Bom, agradeço então ao nosso Amigõ Jesus por esta aventura que estou miniciando e que começou muito bem. Como primeiras impressões, ficou-me impresa na mente a confusão que é o tráfico na cidade e arredores, sobretudo os matatu, ou seja, carrinhas de 9 ou 11 lugares que circulam a altas velocidades e que nem sempre respeitam o limite de passageiros, para não falar no limite de cvelocidade. De facto, no regresso a casa após a visita matinal do centro, apanhámos um matatu e... vim com o coração nas mãos!!! Uma loucura, mesmo! Mas, claro, adorei a experiência, pois seria como ir a Roma e não ver o Papa (coisa que, na verdade, ainda não fiz... eheheheh). Outro aspecto que me impressionou foi o ver multidões de gente caminhando em direcção ou regressando do centro da cidade; nem quero imaginar o que será quando chove, pois as bermas das estradas são todas em terra. Achei positivo o facto de haverem pouqíssimos brancos, sinal de que os kenyanos tomaram o seu destino em suas mãos e, pelo menos aqui na cidade, não se têm saído mal: são muitos os que andam de telemóvel na mão e não são poucos os carros de alta cilindrada tipo mercedes e bmw; a maior parte, porém, são japoneses e muito serão de 2ª mão.
Bom, já escrevi muito. Amanhã continuarei...
Asante sana (obrigado)!

Vosso mano e amigo

Alvaro Bwana

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