Tuesday, January 02, 2007

Final de 2006...


Yokkok, 30 Dezembro 06

Anyong, anyong.
Antes de mais, quero dizer-vos que as fotos que acompanham este meu texto nada têm a ver com o texto; são simplesmente algumas que encontrei na net e que adoro, pois são muito loucas. Sim, sem uma boa dose de loucura, a vida torna-se chata e monótona, verdade?

Pois é, e tá mais um anito prestes a dar o berro. Parece mentira, mas este 2006 passou a correr; pessoalmente, foi um ano inesquecível, pois fiz experiências únicas e memoráveis, sobretudo as viagens `a Mongólia e Tailândia. As fotos da tailandia, que são imensas, colocarei depois, com calma, num sito na net e comunicar-vos-ei a localizacao do mesmo. Bom, como comunidade, a nossa conferência de delegação (encontro de vários dias que programa, em traços, os nossos objectivos para os próximos 6 anos) foi um dos momentos centrais, bem como a visita aos nossos colegas missionários que estão na Mongólia.
Sinto-me bem, pois estou crescendo como missionário, cristão e ser humano; fiz também vários erros, como é natural, mas espero aprender com eles no futuro, seja em comunidade que com algumas pessoas. O trabalho que faço, sobretudo com a revista e sua difusão, continua a fascinar-me, continuo a dar o meu melhor, mas reconheço que devo dar-me muito mais, sobretudo `a língua, pois um só pode fazer mais e melhor se dominar a língua mais e melhor. Mas por dominá-la um pouco mais do que o ano passado, o volume de trabalho também aumentou consideravelmente durante 2006.
Amo este país e as suas gentes; continuarei por cá ainda por mais uns anitos, creio. Mas não espero ficar muitos mais... A ver vamos. Os meus colegas estão bem; actualmente, estamos empenhados em vários campos: animação e promoção missionária, diálogo com outras religiões e inserção entre os mais pobres. Nesta terceira área, estamos actualmente à procura de uma casa e actividade para reiniciarmos a terceira comunidade, a qual está ligada aos pobres (não so' materiais, mas a pessoas que sofrem por causa de lhes faltar algo: por exemplo, os trabalhadores estrangeiros, muitos dos quais ilegais e que sofrem imenso a vários níveis). Estivemos alguns anos num bairro de lata em Seúl, mas por razões várias, decidimos deixá-lo e iniciaremos, se Deus quiser, na segunda metade de 2007 numa nova diocese, a norte de Seúl.
Planos para 2007? Não tenho muitos, pois vou vivendo a vida ao sabor... do vento de Deus, ou seja, deixando-me levar pelos seus planos, os quais têm sido impecáveis. Mas tenho já o trabalho programado ate inicio de Março, pois começarei a vender o livrito da Quaresma em várias paróquias, antes e depois da viagem ao Quénia (de 15 de Janeiro a 4 de Fevereiro). Creio que vos tinha já dito que ia à África, verdade? É, estou a ficar menos jovem também. eheheh Bom, a partir de Março darei uma mão a um padre coreano meu amigo, o qual conheci faz uns 7 anos, pois veio para a paróquia onde iniciei o meu apostolado do fim-de-semana, ou seja, de ajudar o pároco. Irei ajudá-lo fazendo-lhe uma missa ao domingo sempre que puder. Fui fazer a missa de Natal na nova paróquia dele e irei no dia de Ano Novo. Também ali creio que ele fará muito bem, pois no dia de Natal fomos almoçar depois da missa com os membros do grupo coral da missa principal e constatei que havia um o timo ambiente e que entre ele e os fieis as coisas irão certamente correr bem.
De momento, estou finalizando o material para o próximo número da revista, pois estarei ausente por 3 semanas e não quero depois estar no Quénia com preocupações acerca do trabalho, como é evidente. Mas como não só de trabalho vive este homem, mas de muitas coisas mais, sobretudo de experiências humanas e espirituais, irei hoje almoçar com um casal amigo coreano que no início deste mês regressaram do Brasil. Ele trabalha para uma empresa coreana, a qual tem filial em São Paulo; ela acompanhou-o… e entretanto nasceu-lhes o primeiro filhote, ou seja, o meu novo “sobrinho”. Sim, porque para mim são como manos; ela fala português muito bem e foi, aliás, a primeira amizade que fiz aqui na Coreia, pois alguns meses após a minha chegada na Coreia era evidente que não sabia patavina de coreano ainda. Na altura, ela trabalhava no Centro Cultural Português (mais uma boa desculpa para o nosso Estado português esbanjar dinheiro!), o qual depois fechou uns anos mais tarde. Estou ansioso por conhecer o filhote, claro, pois adoro crianças. Depois mostrar-vos-ei a foto deles…
Pois é, parece incrível e mentira, mas é verdade… pelo menos para mim: 2006 passou num abrir e fechar de olhos!!! Como dizia o outro, só passa rápido quando se está bem. Na verdade, não me lembro de nenhum ano mau, pois confesso que o nosso Amigão tem sido fenomenal e extremamente generoso para comigo, a todos os níveis. Embora não beba vinho, gosto de usar o vocabulário a ele associado e dizer que o vinho da vida tem melhorado de ano para ano; certo, cada colheita é especial, única e irrepetível, mas ao mesmo tempo o sabor vai melhorando com o passar dos anos. Como tal, agradeço a Deus pelo dom da vida, da minha família e amigos (cada um de vós incluído), da minha consagração, da Coreia e desta minha aventura missionária. Sou imensamente feliz, mas parte do trabalho que faço lembra-me que nunca se é feliz a 100%, nem sequer a 70% quando há uma parcela imensa da humanidade que sofre de forma atroz, desumana e, em muitos casos, com violência e sofrimento inimagináveis. Sim, falo do facto de, como editor da nossa revista aqui na Coreia, ler muitos artigos noutras revistas missionárias que descrevem situações que, infelizmente, quase nunca são notícia nos mass média comuns, porque dominados por interesses dos grandes e poderosos. Ainda hoje pesquisei várias revistas, procurando artigos para usar depois, e por várias vezes me deparei com fotos e artigos verdadeiramente chocantes. Mas a outra parcela do mundo só se preocupa com coisas estúpidas e fúteis como reality shows e tantas outras porcarias e vaidades. Certo, não quero estar a fazer um sermão, mas gostaria sim de vos convidar a rezarmos por mais paz, mais justiça, mais respeito pelos direitos humanos, mais tolerância em 2007. Mas não nos esqueçamos que não podemos nem devemos sonhar um mundo melhor se o nosso pequeno mundo não muda; e a mudança não deve começar pelo outro ou pelos outros, mas sim por mim.
Olhando para 2007, estou certo que o nosso Amigão me concederá mais pessoas e experiências que ficarão para sempre gravadas no meu pc (=coração). Como venho fazendo há muitos anos, nunca lhe peço nada para mim, mas sim para os meus mais queridos e para todos os que me pedem oração, pois sei que Ele me dará sempre algo inesperado. Neste 2006, uma das mais belas e inesperadas surpresas foi vir a saber desta viagem que farei ao Quénia. Será um encontro dos editores das revistas missionárias do nosso Instituto; terei a oportunidade não só de conhecer a África, mas de encontrar colegas que não via há montes de tempo. Participaremos também no Fórum Social Mundial (será de 20 a 25 de Janeiro, em Nairobi), algo que nunca sonhei me acontecesse! Mas tenho também mais uma surpresa para vos contar… só que a deixarei para o próximo blog, senão ficais a saber mais do que eu!!!! Não, assim é da maneira que se cria um certo suspense…
Bom, acho que já escrevi demais. Para os que não adormeceram, desejo-vos uma óptima, alegre, ruidosa e divertida passagem de ano. Para os que irão acordar, faço-vos os mesmos votos, pois sou contra a discriminação. Eu irei passá-la no centro de Seúl com alguns colegas meus… caso o frio não os assuste e os faça desistir de me acompanharem. Se os meus amigos brasileiros cá estivessem, iria certamente abanar o capacete e o resto do corpo ao ritmo de um samba qualquer, mas como foram ao Brasil de férias… ficará para 2007.
Pessoal, que o nosso Amigão vos dê tudo de bem e de bom, especialmente um 2007 que venha de encontro às vossas expectativas.
Vosso mano tugacoreano
EU

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